História dos Movimentos Sociais de Luta pela Terra no Sul do Brasil
(1940-1980)

O livro é resultado de esforços e articulações entre pesquisadores do Sul do Brasil com o intuito de compreender um período histórico em que mobilizações sociais, então espasmódicas, passam a ganhar lógica segundo um processo histórico amplo. O Sul do Brasil entre os anos de 1940 e 1980 é o recorte espaço-temporal dessa coletânea. A geografia marcada pela abundância de terras, matas e rios numa condição de fronteira, é palco para um processo temporal que se assevera com as políticas de integração entre Estado Nacional e Mercado Internacional. O final da Segunda Guerra Mundial condiciona a democracia que no Brasil é acompanhada por uma nova aceleração industrial que, ao passo em que moderniza a agricultura, aumenta os problemas sociais sobretudo em função da concentração da terra e o consequente esgotamento da fronteira agrícola. Nesse contexto, aparecem pessoas comuns, até então anônimas, que se levantam cada qual à sua maneira. Protagonistas em mobilizações, inclusive nas margens do banditismo social, como Leonel Rocha, Pedro Santin e João Sem Terra, políticos locais como Milton Serres e Jair de Moura Calixto, lideranças religiosas como o Padre Arnildo Fritzen e os bispos Dom José Gomes e Dom Agostinho Sartori, ou lideranças indígenas como Nelson Xangrê, Fen’Nó e Angelo Cretã, foram alguns desses homens e mulheres que se notabilizaram nesse processo.